sábado, 3 de dezembro de 2011

Em Outra Direção: Andrea Amorim alça novos vôos e lança Cd inédito este mês.



A cantora e compositora Pernambucana Andrea Amorim está lançando "Em outra direção", Cd que traz participações mais que especiais de Lenine, Marcos Valle e Roberto Menescal, que inclusive, assina a direção artística do álbum. Natural de Garanhuns, ela já lançou cinco discos independentes: Cúmulo (2006), Amuleto (2007), Milagre (2008), Fragmentos (2009) e Ao meio por inteiro (2010), este último uma espécie de coletânea que trouxe canções gravadas anteriormente com uma nova "roupagem". Andrea foi vencedora de vários festivais de música, dentre eles, podemos destacar o Festival de música de Garanhuns, em 2006. Em janeiro, a cantora recebeu o prêmio Rising Star (destinado a artistas brasileiros que estão se destacando no mercado exterior) durante o evento Talento Brasil, que aconteceu em Miami (EUA). E por falar em exterior, ela também marcou presença em dois grandes eventos musicais importantes este ano: O Brazil Fest em Atlanta (EUA) e o Brazilian Day de Tóquio, no Japão.
Em outra direção chega às lojas nos próximos dias e os shows de lançamento acontecem no Rio, São Paulo e Belo Horizonte.
Em entrevista concedida a mim via e-mail, Andrea falou sobre sua vida em Garanhuns antes da fama, de sua paixão pela música, e claro, sobre o novo trabalho.

Priscila Toller : Como era sua vida em Garanhus antes da fama?

Andrea Amorim : Minha vida em Garanhuns era maravilhosa. Lembro com muito carinho da minha cidade e sempre procuro levar seu nome pra todos os lugares que eu vou, porque lá vivi os mais importantes anos da minha vida. Antes da música, eu era uma menina muito tímida e introspectiva. Depois que comecei a conseguir me comunicar com o mundo por meio da música, conseguir também me comunicar melhor com as pessoas ao meu redor. Eu me transformei na menina rebelde, que sonhava com um futuro na música. Sonhei e acreditei...Fui em busca, e dediquei todos os meus dias pra alcançar esse sonho. Até hoje é o que eu faço!

P. T : Quando e como começou sua paixão pela música?

A. A : Desde quando me entendo por gente, sempre sonhei estar num palco, seja dançando ou cantando. Eu sempre me imaginava dessa forma. Mas foi mesmo no início da adolescência que a paixão pela música emergiu de forma definitiva. Na minha casa, tinha um violão esquecido, e eu o peguei pra mim. Aprendi as notas básicas sozinha, e já comecei a compor algumas coisas. A minha maior influência, na época, foi Renato Russo - o meu primeiro grande ídolo na música. De lá pra cá, nunca mais saí desse mundo, mesmo passeando por outras áreas, concomitantemente, quando cursei Psicologia e Jornalismo.

P. T : Musicalmente falando, quais são suas maiores influências?

A. A : Como falei anteriormente, o meu primeiro grande ídolo foi Renato Russo. Mas depois outros vieram, como Edson Cordeiro e Maria Callas. Atualmente, tenho mergulhado em outros mares, e conhecido pérolas brasileiras, graças ao meu grande ídolo – Roberto Menescal.

P. T : Fala um pouco sobre a Banda Eclipse Urbano. Quais as lembranças que você guarda daquela época?

A. A : Guardo as melhores lembranças dessa época, pois foi um momento de descobertas, de realizações, de conquistas e claro, de muitas dúvidas e dificuldades, porém tudo foi válido. Cada momento foi especial, e cada um deles está escrito na minha alma. O primeiro show, o primeiro cachê, o primeiro festival que eu participei, os amigos verdadeiros que fiz e trago comigo até hoje, a minha família vibrando com minhas conquistas, e, da mesma forma, ao meu lado, nos momentos mais difíceis...enfim, tudo!

P. T : Seu novo trabalho - "Em outra direção", foi produzido por Roberto Menescal e traz algumas participações especiais, inclusive do Pernambucano Lenine. Como pintou a idéia de convida-lo?

A. A : Durante a gravação do disco, pensamos na possibilidade de uma participação no disco. O nome de Lenine foi unânime entre todos que participaram desse projeto, e o próprio Menescal tomou à frente disso. Foi uma enorme e grata surpresa pra mim, e, sobretudo, uma honra ter conhecido Lenine e a sua genialidade, que é tão natural.

P. T : Como você descreve a experiência de ter participadoeste ano do Brazilian Day, no Japão e do Brazil Fest em Atlanta (EUA)?

A. A : Inesquecível! O Japão é incrível, e as pessoas de lá são mais incríveis ainda! Foi um privilégio participar de um evento de tamanha magnitude como o Brazilian Day Tóquio. A emoção que eu senti naquele dia foi uma das maiores da minha vida! O Brazil Fest Atlanta foi também mais uma grande oportunidade de levar meu novo trabalho para um público diferente. Isso vem nos mostrando o termômetro do feedback, o qual tem sido sempre maravilhoso. Essa troca de energia com o público é, inatingivelmente, linda!

P. T : No cd Ao meio por inteiro, rolou uma participação do Roberto Menescal tocando violão na faixa "Penso, logo existo", e neste novo trabalho, há uma parceria musical entre vocês. Como é trabalhar com o Roberto?

A. A : Roberto Menescal é um anjo na minha vida, e eu costumo dizer que ele não tem luz própria, pois, pra mim, ele é a própria luz. Eu o admiro, incondicionalmente. Trabalhar com ele é maravilhoso, porque ele é prático e objetivo, e sempre é aquele que dar a cartada final, sabiamente, da melhor maneira possível. E estar ao seu lado é como estar sempre num barquinho, ao cair da tarde, sentindo o cheiro da vida e conversando com Deus.

P. T : Vamos falar agora um pouco sobre seu visual. Cabelo Lilás, Rosa... O que te motivou a pôr cores exóticas? Quantas tatoos você tem? Qual foi a primeira?

A. A : Sempre gostei de visuais mais diferentes, e sempre procurei adotá-los, mas com minha própria assinatura. O exotismo sempre me atraiu. A minha primeira tatuagem foi um eclipse nas costas, já que a minha primeira banda tinha o nome Eclipse Urbano, mas eu a cobri anos depois. Tenho oito tatuagens, sendo uma cobrindo todas as costas.

P. T : Quando acontece o lançamento oficial do álbum "Em outra direção"? Pretende viajar com o show pelo Brasil?

A. A : O lançamento oficial aqui no Brasil será em novembro, nos dias 11 e 12 no Rio de janeiro, e no dia 25, em São Paulo. Dia 7 de dezembro, levaremos esse show para Belo Horizonte. E vamos levar simpara outras cidades do Brasil, se Deus quiser. A maior intenção do artosta é fazer com que mais pessoas conheçam sua arte.

P. T : Pra encerrar nossa entrevista: Se você tivesse que se definir em apenas uma palavra, Qual seria?

A. A : Uma palavra: Busca. E se me permite, uma frase: O Palco é o meu céu e é lá que eu me encontro com Deus.

(Por Priscila Toller em 02/11/2011)

A Doce melodia de Raquel Becker - Cantora e compositora prepara seu terceiro CD.



A gaúcha que mora em Brasília desde os 4 anos de idade, ganhou seu primeiro instrumento musical - Um pequeno violão, aos 6. Motivada pela efervecência musical da capital do país nos anos 80, Raquel começou a tocar bateria em algumas bandas, e nesse mesmo período passou a estudar canto.
Em 2008 lançou seu primeiro trabalho solo - "O melhor lugar", disco Produzido pelo maestro José Américo Bastos, e que trouxe como destaque a canção "Antes e Depois" com participação do cantor e compositor Leoni, ex-Kid Abelha.
Compositora, ela fala que escrever tem muito a ver com seu estado de espirito. "Nem sempre é pessoal, muitas vezes me inspiro em relações amorosas bem ou mal sucedidas de conhecidos, em assuntos que leio em revistas, internet ou até em uma conversa despretensiosa com os amigos num qualquer lugar".
Sentidos - seu segundo Cd, foi gravado em São Paulo e conta com participação especial de Rodrigo Santos em “Sentido do Vento” e Jorge Vercillo em “Você é Tudo”. Ela que é fã confessa de vercillo, e que já havia gravado em seu primeiro álbum a música "Fácil de entender", diz que foi uma honra gravar com ele. "Foi lindo! Um artista generoso, carismático e muito querido."
Seu próximo trabalho deve ser lançado no primeiro semestre de 2012 e ela já planeja a turnê, que inicialmente deve passar por capitais como Rio de Janeiro, São Paulo, Recife e Salvador.
Para o ano que vem, Raquel também está preparando um livro que deve falar, entre outras coisas, sobre ela. "Leio muito e adoro escrever. Busco sempre compor coisas novas todos os meses, não consigo ficar parada, sou bem criativa, acho que é da natureza das leoninas", Diz.

Confira agora a entrevista completa.

Priscila Toller : Pode-se dizer que sua relação com a música nasceu quando você ganhou um violão de presente do seu pai aos 6 anos de idade?
Raquel Becker : Sim, marcou muito e acabou virando meu presente favorito enquanto criança! Mas o que criou o elo verdadeiro foi o clima musical que Brasília viveu nos anos 80, quando se tornou conhecida em todo Brasil como a capital do rock. Uma adolescente vivendo em uma capital que respirava musica em todos os cantos da cidade, foi fantástico!

P. T : Você participou de algumas bandas antes de se lançar solo. O que mais te motivou a seguir sozinha?
R. B : Participei de algumas bandas em Brasília como baterista e quando comecei a compor, paralelamente comecei a estudar canto, a carreira solo foi uma conseqüência disso tudo.

P. T : Raquel compositora. O quê te inspira na hora de escrever as suas canções?
R. B : Na realidade, escrever tem muito a ver com meu estado de espírito no momento, em algum assunto ou sentimento que acho relevante descrever ou expor como canção. Nem sempre é pessoal, muitas vezes me inspiro em relações amorosas bem ou mal sucedidas de conhecidos, em assuntos que leio em revistas, internet ou até em uma conversa despretensiosa com os amigos num qualquer lugar.

P. T : Como é ter parceiros musicais tão bacanas como o Zeppa e Beto Dourah (Só pra citar alguns) ?

R. B : É sempre enriquecedor, pois são dois artistas falando de um mesmo assunto,
mas com uma vivência diferente sobre o mesmo. É um exercício criativo e musical que gosto de realizar.
P. T : Qual foi o momento mais marcante da sua carreira até agora?
R. B : Foram alguns momentos como:
1º) Ter no meu segundo CD “Sentidos” a participação do Jorge Vercillo cantando comigo, um artista que sempre fui fã;
2º) Tocar para mais de 100 mil pessoas no réveillon em Brasília;
3º) Poder ter como produtor musical no meu novo CD “ Sou Tantas” que será lançado ano que vem, o consagrado músico Marcelo Sussekind!

P. T : Tem artista que diz que, cada música feita é como um filho. Com você acontece isso? Qual canção considera seu “Xodózinho”?
R. B : Prefiro dizer que cada CD novo é meu xodozinho do momento, pois cada novo trabalho tem todo um cuidado que vai desde a concepção, pré produção, produção, gravação, criação e conceito de capa, peças de divulgação do mesmo até o show...é muita coisa envolvida, por isso, gosto de ver o todo de um novo trabalho e não apenas uma música, afinal todas as músicas do CD fazem parte do todo.

P. T : Quem são seus ídolos?
R. B : Jesus, meus pais, Kiss, Maroon 5, Caetano Velloso, Cazuza e Renato Russo.

P. T : O cd "Sentidos" tem participações de alguns nomes da nossa música, como por exemplo o cantor Jorge Vercillo. Como foi gravar com ele?

R. B : Foi lindo! Um artista generoso, carismático e muito querido, Sou super fã dele. Foi uma grande honra!!!

P. T : É verdade que você está escrevendo um livro? Como surgiu a idéia?

R. B : Leio muito e adoro escrever. Busco sempre compor coisas novas todos os meses, não consigo ficar parada, sou bem criativa, acho que é da natureza das leoninas,enfim... Aí a idéia de escrever uma ficção/Romance nasceu naturalmente, da vontade de fazer as pessoas viajarem não só nas letras das canções mas também nas páginas do livro, que vai falar um pouquinho da europa anos 70, do Brasil nos anos 80, da maçonaria, de amores e desamores, Janis Joplin, de rock, de mim... Enfim...

P. T : E o novo cd? Já tem alguma previsão de quando irá lança-lo?

R. B : A previsão é em março de 2012, juntamente com a turnê de lançamento. Devemos passar pelo Rio de Janeiro, São Paulo, Campinas, Brasília, Fortaleza, Salvador e Recife.



(Por Priscila Toller em 15/10/2011)

Hyldon: “Sou um compositor popular que acredita no que faz” – Em entrevista, a lenda do Soul nacional fala de sua tragetória musical.



Aos 7 anos de idade, o Baiano trocou a cidade de Senhor do Bonfim/BA para morar no Rio de Janeiro. Em 1965 sob influência dos Beatles, montou a banda “Os Abelhas” e passou a fazer vários shows em Niterói e cidades vizinhas. Em seguida, foi convidado a ser o guitarrista reserva da banda The Fevers. Aos 17 anos teve sua primeira música gravada e a partir daí começou a ser reconhecido também como compositor, gravando com nomes como Wilson Simonal e Jerry Adriani.
Passou a participar de produções musicais de grandes nomes da nossa musica, entre os quais Erasmo Carlos e Wanderléa. Seu primeiro disco "Na rua,na chuva, na fazenda" - mesmo nome de um de seus maiores Hits - foi lançado em 1975. No ano seguinte, chegava as lojas seu segundo trabalho "Deus, A natureza e a Música", um disco praticamente autoral que trouxe a parceria com Caetano Veloso - "Primeira pessoa do singular". Sua discografia ainda inclui os álbuns Nossa história de amor ( 1977), Sabor do Amor (1980), Coração Urbano (1987), Hyldon (1989), O vendedor de sonhos (2003) e Soul Brasileiro (2009), que será relançado este mês pelo seu selo DPA discos."Resolvi remexer, colocar guitarras, vocais e remixar, ficou outro disco", conta. Podemos destacar ainda duas coletâneas que são bastante vendidas até hoje: Velhos camaradas - Vol. 1 e 2, que reúne sucessos dele e de seus grandes parceiros musicais: Tim Maia e Cassiano. “O Tim foi meu grande Mestre e ter me tornado parceiro e amigo dele foi um presente dos Deuses”.

Considerado um dos maiores representantes da soul music no Brasil, Hyldon é o meu entrevistado da semana.

Priscila Toller : No início da carreira você chegou a ser meio que um integrante "Reserva" da Banda The Fevers. Como foi essa experiência?

Hyldon : Foi maneiro. Eu tinha 16 anos e as gravações eram com todos os músicos de uma vez, já que só haviam 2 canais. Me saí bem e passei a reserva oficial, até que uns 2 anos depois tomei meu próprio rumo e comecei a trabalhar independente dos Fevers, além de tocar nas bandas de vários artistas com Wilson Simonal, Toni Tornado, Os Diagonais e Tim Maia entre outros.

P. T : Em algum momento pensou em não seguir a carreira de cantor?

Hyldon : Nunca pensei em ser "cantor" eu queria gravar minhas músicas e do jeito fazendo os arranjos e tocando,juntando as três coisas que amo fazer,cantar, compor e tocar.

P. T : Você foi parceiro do Tim Maia. Como era trabalhar com ele?

Hyldon: Era maravilhoso. Eu, antes de conhece-lo, já era amarrado em Soul Music e o Tim que havia morado nos USA durante 5 anos era a personificação do Harlem na minha frente, um cara que adorava passar seus conhecimentos. Gravei quase todos os discos dele da década de 70 tocando guitarra e tocava baixo nos shows. O Tim foi meu grande Mestre e ter me tornado parceiro e amigo dele foi um presente dos Deuses!

P. T : "Na rua, na chuva, na fazenda" é um HIT bastante conhecido do público. Os mais jovens a conheceram primeiramente na década de 90, pelo Kid Abelha. Quando fez essa canção, imaginava que faria tanto sucesso assim?

Hyldon : Sempre quando termino uma música acho que ela vai ser um grande sucesso. Sou um compositor popular que acredita no que faz e coloca a alma nisso.

P. T : Como surgiu a idéia de formar a Banda Zona Oeste?

Hyldon : A Banda Zona Oeste é a Banda que me acompanha nos shows há 7 anos. São músicos escolhidos a dedo, e a gente se junta pra se divertir, deixo eles bem à vontade. Tentamos mudar o nome pra Brasil Samba Soul mas não pegou internamente, continuamos chamando de Zona Oeste.

P. T : Você é um artista consagrado, com muitos anos de carreira e vários cds lançados. Como vê a presença de tanta gente jovem nos seus shows?

Hyldon : Maravilhoso,o Brasil tem a música mais rica do mundo e cada vez chega mais gente nova e talentosa,eu procuro acompanhar as novidades e interagir,assim ensino o pouco que sei e aprendo muito com eles.

P. T : Dos tempos de início de carreira, do que você mais sente saudade?

Hyldon : O tempo que tínhamos um disco novo como um Marvin Gaye ou Stevie Wonder. Era escutado milhares de vezes, era absorvido, hoje é muita música, o processo é mais de copiar ou samplear do assimilar. Mas não dá pra comparar, tem prós e contras.

P. T : Recentemente você compôs com a Céu e o Arnaldo
Antunes. Como foi fazer essa parceria?

Hyldon : Um experiência maravilhosa,a Céu eu acompanho desdo primeiro trabalho, adoro sua voz, sua maneira de compor, e o Arnaldo que vir a conhecer no Programa dele na MTV, o Gremio Recreativo, e nos tornamos amigos, aquele lance de afinidade,parece que nos conhecemos há séculos, começamos a compor e deu a maior liga, de repente descobri que a Céu faz aniversário no mesmo dia que eu,17 de abril,então ela se encaixou comigo e o Arnaldo e já compomos duas músicas lindas os três.

P. T : Fale um pouco sobre a Edição extra do CD “Soul Brasileiro”.

Hyldon : Estou finalizando esse disco que lancei em 2009 quase sem divulgação, resolvi remexer, colocar guitarras, vocais e remixar, ficou outro disco. Ainda tem uma faixa interativa - um vídeo clipe da música Brasilian Samba Soul dirigido pela Malú Schroeder, e aos quarenta e quatro do segundo tempo a MTV liberou uma música que fiz no programa do Arnaldo, o "Estão dizendo por aí". Então o disco que já tinha trinta e poucas participações (Chico Buarque,Zeca Baleiro,Carlinhos Brown,Roberto Frejat,Vercillo,Tunai,Carlos Dafé,Dalto dentre outros) ganhou mais 11 cabeças, a galera do Nação Zumbi (Dengue,lúcio Maia,Pupillo) Edgar Scandurra, Dustan Gallas, Gui e Rica Amabis, Céu, Karina Buhr, Arnaldo Antunes e o Seu Jorge. Soul Brasileiro - Edição Extra sai em outubro pelo meu selo a DPA Discos.

P. T : Como é ser um dos maiores representantes da Soul music no Brasil?

Hyldon : Fico muito honrado, mas, minha preocupação é está antenado e produtivo.Em baile de cobra, sapo não dança.

(Por Priscila Toller em 01/10/2011)

“Interpretar canções é lidar com emoção” – Em entrevista exclusiva, Verônica Sabino fala de sua carreira musical.




Ela construiu sua história na música popular brasileira com muito talento e dedicação. Carioca, filha do escritor Fernando Sabino, Verônica fez parte do grupo vocal Céu da boca antes de lançar "Metamorfose", seu primeiro álbum solo em 1985. O sucesso veio em seguida com a canção DEMAIS (Versão de Zé Rodrix e Miguel Paiva para "Yes, it is" de John Lennon e Paul McCartney), que fez parte da trilha sonora de "Selva de Pedra”, a primeira de muitas emplacadas em trilhas de novela. Podemos destacar também clássicos como "Todo Sentimento" em Vale Tudo e "Tudo que se quer" em Tieta, onde fez um belo dueto com Emílio Santiago. "Considero um momento muito feliz na minha carreira", diz ela que chegou a fazer vestibular para Arquitetura e Letras, mas acabou optando pela música.
Dona de uma voz ímpar, gravou seu segundo disco “Como eu sei” em 1987. Em seguida, lançou os álbuns “Verônica” (1993), “Vênus” (1995), “Novo sentido” (1997), “Passando a limpo” (1999) – Coletânea de sucessos com algumas inéditas, “Agora” (2002) e o mais recente "Que nega é essa" (2009), lançado em CD e DVD (Primeiro de sua carreira) que traz clássicos da MPB, além de composições próprias. A cantora que também é conhecida internacionalmente, teve CDS lançados em países como Japão e França. “Meu trabalho foi muito bem recebido, muito valorizado”, conta.
Verônica está relançando seu Cd “Passando a limpo”, que incluí a
belíssima composição de Tom Jobim e Aloysio de Oliveira Eu preciso de você”, destaque da trilha sonora de Insensato Coração e se apresenta com Roberto Menescal e Marcelo Caldi, próximo dia 20, no Centro Culltural solar de Botafogo, no Rio.

Confira a entrevista. 

 Priscila Toller : Verônica, quando você descobriu que queria ser cantora? Quando foi que a música entrou na sua vida?
Verônica S. : A música sempre esteve presente em minha vida, desde criança. Comecei estudando piano... Meu pai tocava piano e eu achava incrível. Ao entrar, na adolescência, para a Escola de Música Pro-Arte, resolvi participar do Coral como atividade extra classe... aí me apaixonei pelo canto.


P. T :  Como é ter sucessos inesquecíveis em trilha sonora de novelas tão importantes como Tieta, Selva de Pedra e Vale tudo?

Verônica S. : Interpretar canções é lidar com emoção, é bastante pessoal... e para mim, ter este momento transformado em sucesso, é muito gratificante.


P. T : "Tudo que se quer" é um clássico. Como foi gravar ao lado de Emílio Santiago?

Vêrônica S. : Uma belíssima canção em versão de Nelson Motta, um belo dueto... considero um momento feliz na minha história. E é ainda...


P. T : Quais são as músicas que o público pede sempre e que não pode faltar de jeito nenhum nos shows?


Verônica S. : Posso citar “Todo Sentimento”, do Chico Buarque e do Cristóvão Bastos.


P. T : Do Álbum "Agora" de 2002 até o "Que nega é essa" em 2009, foi um intervalo de 7 anos. Mas, nesse meio tempo, você lançou um cd na França. Como foi essa experiência?

Verônica S. : Lá fora, fica muito claro o nível de qualidade da cultura produzida no Brasil, principalmente de nossa música. Musicalmente somos de primeiro mundo. O meu trabalho foi muito bem recebido, muito valorizado.

P. T : "Que nega é essa" foi lançado em cd e dvd, que aliás, foi o primeiro da sua carreira. Qual foi o critério que você usou na hora de decidir que músicas entrariam nesse trabalho?


Verônica S. : Sendo meu primeiro registro em DVD, quis incluir momentos significativos da minha trajetória, além de alguns compositores que admiro.


P.T : Quais são suas referências músicais?

Verônica S. : De Chet Baker à Carmen Miranda, passando por Beatles e Bossa Nova. Cresci ouvindo música da melhor qualidade, sempre, não importando o estilo. Meu pai me ensinou a abrir o ouvido e o coração para a boa música.


P. T : O que você acha da nova geração de cantores da MPB?

Verônica S. : Muito bem-vinda, sempre...


Priscila Toller : Qual é a principal diferença que você vê no mercado fonográfico atualmente, se comparado ao início de sua carreira?

Verônica S. : Talvez a principal seja uma maior democratização do acesso à produção musical, via internet.



(Por Priscila Toller em 15/09/2011)

Mia Wicthoff - A nova musa do Rock Teen



A Jovem bonita e talentosa Amanda Wicthoff ou simplesmente MIA - Vocalista da Banda CW7, começou a estudar Piano e canto ainda criança. Sempre incentivada pela família, em 2002 foi convidada pelos primos Pipo (guitarra/Violão), Léo (baixo) e Paulinho (bateria) para assumir o vocal da Banda. Mia conta que, no início, não levavam a carreira muito a sério - motivo pelo qual ela acabou se afastando em 2004. Dois anos depois ela voltou a assumir o posto de vocalista e as coisas começaram a dar certo. O primeiro trabalho do grupo "Nada mais importa agora" foi lançado em 2008, época que eles ainda viviam em Curitiba. A rotina de ensaios era bastante puxada e eles participavam de muitos eventos lá no sul. Em 2010 após lançar o segundo Cd intitulado “O que eu quero pra mim”, a banda ganhou projeção nacional depois que o clipe da música “Será você” permaneceu diversas semanas na parada do TOP 10, na MTV. Esse trabalho contou com sete faixas inéditas e quatro releituras de canções do álbum anterior. O sucesso foi chegando, e eles que eram até então Indies, assinaram contrato com a gravadora ArtMix e recentemente lançaram o “CW7” - terceiro álbum da carreira, cujo o primeiro single “Me Acorde pra Vida” já é sucesso absoluto nas rádios. “Estamos gostando muito da repercussão do novo CD! Nossos fãs curtiram bastante e estamos bem felizes!”, diz a Curitibana. Leia agora a entrevista que ela me concedeu.

Priscila Toller : Quando foi que você descobriu seu talento para a música? Seus pais te apoiaram? Como foi esse processo?
Mia : Eu sempre estudei piano e canto. Sempre gostei muito de música e já compunha desde pequena, então meus pais começaram a me incentivar para levar isso a sério... a família toda, na verdade. Eu sempre quis ser atriz, mas comecei a gostar muito da idéia de seguir uma carreira na música.


P. T : Por que você passou 2 anos afastada da banda Cw7?
Mia : A banda não era algo sério nesta época. Começamos a levar a CW7 a sério mesmo a partir de 2006.


P. T : Como é a sua relação com seus primos e companheiros de Banda? Rola muita briga?
Mia : A gente se dá muito bem, mas claro, rola muita briga também, normal (risos) ...Mas a gente sente que tem mais liberdade para falar as coisas… acho que por sermos em família, tudo fica mais fácil!


P. T : Você se chama Amanda. Quem começou a te chamar de Mia? Como surgiu esse apelido?
Mia : Risos... Foi desde o colégio, quando a galera assistiu o filme Diário da Princesa e me acharam parecida com a Mia do filme, e como eu não gostei muito da idéia, já viu, né… aí as pessoas de outras classes achavam que meu nome era Mia mesmo, aí deixei assim... É mais simples também. (risos)


P. T : Quais são suas inspirações musicais? O que você gosta de ouvir?
Mia : Gosto muito de ouvir Avril Lavigne, Alanis Morissette, Bon Jovi, Paramore, Evanescence… e tudo isso acaba servindo como inspiração na hora de fazer música.


P. T : A banda CW7 está fazendo bastante sucesso entre a galera jovem. Como é a sua relação com os fãs? Já aconteceu alguma situação embaraçosa?
Mia : Nos damos muito bem com nossos fãs! A gente tenta ter o maior contato possível com a galera pelas redes sociais e também nos shows! É uma forma de agradecer tudo que eles fazem por nós. E sobre situações embaraçosas, de fato não rolou… só às vezes quando uma galera aparece na frente do nosso prédio e estamos de saída bem na hora, na correria, e acaba não dando tempo de falar com eles, aí fica uma coisa chata, né…

P. T : Recentemente vocês lançaram o terceiro cd da carreira, intitulado "CW7" (nome da banda). Quais as expectativas em relação a ele? Vocês pensam em, de repente, lançar um DVD ao vivo?
Mia : Estamos gostando muito da repercussão do novo CD! Nossos fãs curtiram bastante e estamos bem felizes! Um DVD com certeza está na "lista" de planos, mas de planos futuros, não pra agora.

P. T : Além de cantora, você também é pianista. Quantos anos você tinha quando começou a tocar?
Mia : Eu comecei a estudar piano e canto na mesma época, quando tinha 8 anos… faz 12 anos.


P. T : O que você mais gosta de fazer nas horas vagas?
Mia : Quando sobra um tempinho, corro ligar a TV pra jogar video-game (risos) ...Adooooro!

P. T : Pra encerrar: Quais são seus planos para o futuro?
Mia: Os planos são os de sempre… fazer MUITA música e MUITO show!!!

Clique aqui e assista o clipe de "Me acorde pra vida" - Novo sucesso da Banda:
http://www.youtube.com/watch?v=ZHNAqlAscm4

(Por Priscila Toller em 01/09/2011)

Os Mil e um talentos de HUMBERTO BARROS



Figurinha carimbada da cena musical brasileira, ele iniciou sua carreira profissional na extinta banda Heróis da Resistência.
De lá pra cá, trabalhou com dezenas de artistas como: Lobão, Paulinho Moska, Cidade negra, Zeca Baleiro e Engenheiros do Hawaii. Mas, foi como sideman na banda Kid abelha (onde permaneceu por mais de uma década) que ganhou grande popularidade. “Com o Kid Abelha se aprende o poder de um HIT”, Diz. Em 2002 ele lançou “Do nada ao Tudo”, seu primeiro Cd solo. No estilo Pop/Eletrônico, o trabalho contou com 11 faixas, uma delas a versão instrumental de “Retrato em Branco e preto”, sucesso do Chico Buarque. Três anos depois, lançou o albúm “O mundo está fervendo” que além das autorais, trouxe uma bela parceria com Leoni em “A noite é uma criança”. Seu mais recente trabalho “Trancado no quarto colorido” fala basicamente sobre relacionamentos amorosos com destaque para “Pingos e palavras” - Canção que seu irmão André Luis Barros fez em 1983. Cantor, Compositor, diretor, letrista, pianista, tecladista e produtor, Humberto Barros é o meu entrevistado da semana.
Priscila Toller : Quantos anos você tinha quando aprendeu a tocar Teclado e Piano? Foi influenciado por alguém?
Humberto Barros : Comecei a tocar tarde, por volta de onze anos flauta doce como disciplina na escola, e piano lá pelos 12, 13. Na verdade eu comecei a tocar o piano com segundas intenções mesmo, ou seja com a idéia de tocar rock’n’Roll com uma banda desde o princípio. Tinha a vontade de ter todos os sons ali à mão, ser o mago. Desde que nasci já ouvia os Beatles o dia inteiro porque meus tios adoravam e fui aprendendo a amar aquele som também. A partir dos nove, dez anos de idade comecei eu mesmo a ir completando a minha coleção dos 4 de Liverpool. Todos os dez primeiros discos que comprei na vida, com as economias do que eu –não- comia de lanche na escola foram dos Beatles. Sobre as influências, fui influenciado por vários artistas, afinal estávamos no final da década de setenta quando comecei a estudar piano e não faltavam tecladistas estrelas com Rick Wakeman, Keith Emerson (do Emerson, Lake & Palmer) e Jon Lord (Deep Purple). Mas o “empurrãozão” final foi quando vi aqui em terra Brasilis, ao vivo e a cores no palco a banda A Cor do Som . Pirei com o Mú ( Mú Carvalho) tocando e pela primeira vez entendi o que eu realmente queria fazer da vida. Depois disso foi só explicar para o resto de todo mundo.
P. T : Você começou profissionalmente a carreira na banda Heróis da Resistência. Como surgiu o convite?
H. B : Estávamos chegando para um ensaio, eu e a galera de uma banda instrumental que tínhamos na época, o ano era 89. O telefone tocou era o Galli, baterista dos Heróis que era amigo do baixista da nossa banda dono da casa onde estávamos ensaiando. Ele (Galli) perguntou para quem atendeu o telefone se ele não conhecia nenhum tecladista. Me passaram o telefone já brincando... “Quer tocar com os Heróis da Resistência?”, bem..... a partir desse dia as coisas foram sempre andando para o lado que havia programado, ser um músico profissional e tal. Hoje, olhando para trás penso em como a vida acaba mudando de trajetória em um segundo, só não temos como dizer antes de acontecer em que segundo ela vai mudar.
P. T : Como foi trabalhar com o Kid abelha por mais de uma década?
H. B : Foi maravilhoso, foi minha casa e uma incrível família por todo esse tempo. Com o Kid Abelha se aprende o poder de um HIT , e vou dizer , esse poder não é pequeno. Você vê aquela multidão se mover, pular e gritar por conta de uma canção, que não é feita muitas vezes nem para dançar especificamente. Sempre achei muito impressionante o papel da Paula ali na frente administrando aquela massa de gente. Aprendi muito sobre o “ser pop”, super ultra pop... Não é agressivo como o rock, e não é tolo. É pop, é sofisticado, musical e atinge um mundaréu de gente sem subestimar a inteligência dessa gente, muito pelo contrário, botando para cima o nível das coisas. Foi definitivamente uma das experiências mais incríveis da minha vida profissional esses anos com o Kid Abelha.
P. T : Em 2002 você lançou seu primeiro cd intitulado "Do nada ao tudo". Isso era uma desejo antigo?
H. B : Na verdade não era um desejo antigo não, o que aconteceu ali foi que exatamente eu não consegui realizar um desejo antigo, que por muitas vezes esteve perto, mas que não saiu. Era o desejo de lançar um disco de uma banda minha, não um trabalho solo. Eu entrei no negócio da música para formar uma banda e sair por aí tocando nossas músicas, e tive três bandas que se esforçaram muito para que isso acontecesse: Ursa Maior, Imagens do Mundo (hehe...nomes progressivos) e Mizifios, e que acabaram no quase. Nesse meio tempo fui tocando no trabalho de outros artistas, grandes artistas, e me desenvolvendo, mas sempre tentando colocar minhas bandas na boca do gol para as gravadoras. Em 2000 estava batalhando com a nossa banda Mizifios (Eu, Billy Brandão e Bruno Migliari) e a coisa parecia andar para trás. Foi quando tive um insight que quanto mais tentava botar o nome de uma banda para frente, o que estava indo para frente na verdade era o meu nome. Seria verdadeiramente mais simples se eu lançasse algo marcado com Humberto Barros na capa. E assim foi.
P. T: Como era conciliar sua carreira/shows com turnês grandes como foi o caso do Acústico Mtv Kid Abelha?
H. B : Minha carreira solo parava nessas épocas, mas como ela leva meu nome, acaba se beneficiando sempre que uma turnê dessas vai para a grande estrada, as notícias ficam fervilhando para todo mundo. E a Paula sempre falava dos meus discos quando me apresentava no final dos shows, principalmente do primeiro Do Nada ao Tudo. Sou muito grato a ela por isso. Aí está novamente um dos motivos pelos quais para mim foi muito mais lucrativo criar uma carreira solo: Tudo ajudava, inclusive as turnês do Kid Abelha.
P. T : Como é o Humberto Barros Produtor e Diretor?
H. B : Ainda um aprendiz engatinhando nas duas funções. Como produtor eu gosto muito de analisar como um psicanalista mesmo, (Risos) e entender o artista com quem estou trabalhando, e na verdade, aceitei pouquíssimas vezes essa função porque sempre precisei gostar absurdamente do trabalho da pessoa, pelo menos até o presente momento. Pode ser que consiga me distanciar mais no futuro, quando isso se tornar algo mais natural para mim, e - SE – isso vier a se tornar mais natural realmente. Dirigi um show esse ano e isso foi bem prazeroso. O show Doce Devassa da cantora e grande amiga Marília Bessy. Dividi essa produção com a atriz Cristina Prochaska que ficou mais focada na própria Marília, em sua atuação no palco e tudo. Eu resolvi mais as questões musicais. O resultado foi maravilhoso. Quero mais!
P. T : O seu mais recente albúm é o "Trancado no quarto colorido". Como foi o processo de produção?
H. B : Meus discos são compostos em longos períodos que normalmente têm início no dia seguinte em que lanço o anterior ou até um pouco antes com músicas que não participaram do anterior mas que já existem até mesmo gravadas, só não couberam no projeto. O que fica registrado no final é um ano e meio da vida ali em cada um. Porém acontece também que existe uma fonte que já está no secando que foi usada nesses três álbuns – Do Nada ao Tudo – O Mundo está Fervendo – Trancado no quarto colorido – que foi um disco demo que fiz só para mim e para uns dois outros amigos em 2000 e de onde sempre sai uma ou duas músicas em cada um desses álbuns. Na verdade foi uma época muito produtiva e sempre que voltava a essas músicas acabava gostando de alguma e colhia para que fizesse parte de um trabalho novo. E sempre casava bem. Mas só me restam duas músicas a serem usadas dessa fonte aí. E nem sei se será o caso daqui para frente. O Trancado no quarto colorido é o mais perfeitinho de todos para mim... Bem... É claro a gente sempre acha o último o melhor, e a crítica sempre acha que o seu melhor é aquele anterior ao que você está tentando mostrar que na época não foi bem entendido. O fato é que houve um aprendizado que foi culminando nesse álbum. E tem uma canção linda que meu irmão fez em 83 e que nunca tinha usado chamada Pingos e Palavras a qual gravei com meus companheiros da banda que tínhamos naquela época. Juntei a galera que são meus amigos até hoje, o Adalba que é um super cantor e o Valter Moreno , baixista e compositor da banda e mandamos ver. Está tudo no site que é o próprio disco online www.humbertobarros.com Sobre o processo, sempre gravo em meu estúdio e chamo alguns poucos amigos para gravarem junto, mas o fato de eu gravar muitos instrumentos sempre faz parte da onda toda. Me culpava por isso, pensava: Porque não monto uma banda e gravo tudo com os caras, mas afinal isso acabou se tornando uma característica nesse trabalho. Até os clipes fazem parte do processo todo, sem eles nem me sinto fazendo um disco.
P. T : Com tanto tempo na estrada Brasil a fora, já teve algum acontecimento engraçado em algum show que você fez (Solo ou com algum artista para qual tabalhou) ?
H. B : Várias e várias coisas, todos nós músicos somos verdadeiros catálogos de coisas curiosas para contar... e muitas para não contar. Se for para lembrar de uma... well, uma vez estávamos tocando, os Heróis da Resistência em um palco de feira de pecuária montado em um terraço que ficava na altura de um segundo andar de um prédio o público lá embaixo e o Leoni resolveu sentar apenas com uma das pernas no parapeito desse terraço que era como uma cerca de metal. A outra perna apoiada no chão para não perder o equilíbrio enquanto tocava o baixo, até aí tudo ok. Eu fui tocar alguma coisa concentradamente , abaixei a cabeça, olhando para as teclas. Quando de repente ouço um “Ó” da platéia e olho para frente vejo o Leoni seguro apenas pelas pernas dobradas como um trapezista de cabeça para baixo no trapézio ( que nesse caso era a cerca do terraço) segurando o baixo que apontava para o público ou para o chão porque ninguém queria ficar embaixo daquela “Lança de quatro cordas”. Dois roadies correram e trouxeram o nosso amigo para o lado de dentro do terraço novamente e o show continuou com aquele ar de “Isso aconteceu mesmo ou foi um rápido pesadelo?”. Coisas da estrada.
P. T : Em quê/quem você busca inspiração para escrever as letras das suas músicas?
H. B : Gosto muito de falar dos relacionamentos humanos e das individualidades. Tem muita gente que é muito boa em falar da coletividade. Não é o meu caso, falo de um ou de dois, três personagens já é recorde em músicas minhas. Por conta dessa característica acho que acabo tentando entender as mulheres através das minhas letras, a verdade é essa. E também entender esse jogo que existe entre duas pessoas que faz com que tudo pareça desencaixado a maior parte do tempo em muitos casais. Gosto do atrito entre as pessoas. Acabo escrevendo sobre os que estão a minha volta e sobre minha própria passagem sobre esse mundo. É uma mistura da minha experiência de vida com a vida dos outros, muitas vezes em um mesmo personagem.
(Por Priscila Toller em 15/08/2011)