sábado, 3 de dezembro de 2011

A Bela dos olhos – A Tragétoria de sucesso de Giselle Tigre.



Pernambucana nascida no Recife, ela começou no teatro ainda em sua cidade natal em meados dos anos 80 e de cara protagonizou uma comédia musical.
Ainda em Recife, começou a carreira de modelo fazendo fotos e comerciais de tv, até que se inscreveu no badalado concurso Super model of the world promovido pela agência Ford models, onde ficou em segundo lugar. Trocou a capital do frevo por São Paulo, e daí em diante não parou mais.
Foram diversas viagens internacionais, capas de revistas, desfiles... Depois de um tempo percorrendo diversas cidades do mundo, começou a sentir saudade da família e amigos, resolveu então voltar pra casa.
Começou a estudar jornalismo e em meio a carreira artística, deu aulas de redação durante 2 anos. Giselle sempre gostou de cantar e por isso resolveu também dedicar-se a isso. Estudou no conservatório de música, depois fez aulas de canto lírico e em 2000 lançou o cd "Mais Além", com canções inéditas de compositores nordestinos. Ela passou a fazer shows em barzinhos e em seguida, depois de um teste para novos talentos da globo, entrou para o elenco de Malhação, onde permaneceu por três temporadas. "Tive sorte e contracenei com atores experientes que me ensinaram muito", diz a atriz que também participou de Kubanacan, Guerra e paz, A lei e o Crime, Caminho das Indías e Poder paralelo.
Ao lado do marido Marcelo Gemmal, ela escreveu o texto da peça infantil "Agora é tempo", no qual participa do elenco com sua filha, a pequena Maria, que já dá indícios de querer seguir a carreira da mãe. "Ela tem todo jeito pra coisa", conta. Atualmente no ar vivendo a jornalista Marina em Amor e Revolução, ela protagonizou ao lado de Luciana Vendramini uma das cenas mais polêmicas e esperadas da novela: O beijo gay. "Acharia muito legal que as personagens tivessem um final feliz", torce Giselle. Confira agora na integra a entrevista que ela me concedeu.


Priscila Toller : Como era sua vida antes de entrar para o TAP (Teatro de amadores de Pernambuco) ?
Giselle Tigre : Eu era uma adolescente estudiosa, responsável, gostava de poesia e MPB. Usei óculos "Fundo de garrafa" dos 10 aos 28 anos. Em casa era o xodó da mamãe. Era a caçula de 6 filhos.
P. T : Qual foi a sensação de estrelar uma comédia musical com apenas 14 anos de idade?
G. T : Foi uma incrível aventura que acabou norteando toda minha vida. Descobri que poderia trabalhar fazendo algo que me divertia muito e era totalmente diferente de tudo que imaginava como profissão. Sou a primeira artista da minha família. Não tinha outra referência a não ser um tio avô que não cheguei a conhecer pessoalmente que era poeta. Manoel Bastos Tigre era o nome dele. Estudei, inclusive, a obra dele depois.
P. T : Durante a época que trabalhou como modelo fora do Brasil, você pôde conhecer lugares e culturas diferentes. Qual foi o país que você mais gostou de morar? Por quê?
G. T : O Japão e a China foram os que mais me impressionaram. Tenho uma atração pela cultura oriental. Sempre gostei muito das músicas, dos costumes, das cores e do jeito zen do povo ser também da forma como vivem a espiritualidade.
P. T : Seu primeiro papel de destaque na tv foi em Malhação, onde participou de três temporadas. Como foi essa experiência?
G. T : Foi minha primeira experiência com novela, mas já tinha intimidade com a camêra. Nos primeiros dias de gravação tropeçava nos tapetes do cenário. Tive sorte e contracenei com atores experientes e generosos que me ensinaram muito. A primeira temporada foi a melhor fase, apesar de muito crua. A terceira temporada já estava um pouco cansada de fazer o mesmo papel. Mas foi foi bom poque passei por diversos diretores, atores, produção e até escritores dentro deu ma mesma obra.
P. T : No cinema você já participou de alguns curtas-metragens. Tem vontade de fazer longas?
G. T : Tenho muita vontade de fazer um longa e adoraria trabalhar com um diretor que soubesse tirar de mim o que eu nem sei ainda que posso oferecer.
P. T : Como surgiu a idéia de gravar o cd "Mais além"?
G. T : A música sempre esteve presente na minha vida como uma necessidade como comer e dormir. Sempre cantei, desde muito pequena com meu irmão que toca violão. Um dia uma amiga me desafiou: "Por que vc não canta profissionalmente, tem uma boa voz, é afinada, o que falta?" Então eu falei: "É mesmo, vou estudar música, subir no palco e cantar". Sempre soube que queria cantar canções inéditas, então montei uma banda e um repertório com canções pop de compositores nordestinos. Quatro anos depois de ter decidido cantar, tive meu projeto aprovado pela lei de incentivo a cultura com patrocínio e tudo mais e uma música que gravei já tocava numa rádio de Recife.
P. T : "Agora é tempo" é um espetáculo infantil, cujo texto foi escrito por você, o cenário feito pelo Gemmal (Seu marido) e a Maria (Sua filha) também participa da peça. Você acha que ela vai seguir seus passos na carreira de atriz?
G. T : A peça foi escrita por mim e meu marido. A nossa filha acompanhou o processo de pesquisa e ouvia comigo muita música. Ela aprendeu a falar cantando. Fiz alguns shows pra crianças e lembro que no primeiro show que fizemos, ela já subiu no palco bem a vontade, tinha somente 2 anos. Ela tem todo jeito pra coisa. Penso em coloca-la num curso de teatro mais pra frente e também para aprender a tocar algum instrumento musical.
P. T : A Marina de "Amor e revolução" é uma personagem polêmica pelo fato de envolver a questão homossexual. Como você tem sido recebida nas ruas?
G. T : Ninguém até agora falou nada inconveniente ou grosseiro comigo na rua. Fico até admirada com o carinho e simpatia das pessoas. Costumo ler os comentários postados no site do SBT e lá vejo de tudo. Mas a maioria aprova o amor entre as duas personagens Marina e Marcela.
P. T : Na sua opinião Marina e Marcela terão um final feliz na novela? Qual é a sua expectativa?
G. T : Faço meu trabalho e evito muitas expectativas. Acharia muito legal que as personagens tivessem um final feliz, tudo caminha para elas viverem um grande amor, mas em novela tudo pode acontecer.
P. T : Aos 39 anos (Com carinha de 20), qual o balanço que você faz da sua vida? Na área profissional, quais são as coisas que ainda pretende realizar?
G. T : Vejo a vida como uma sucessão de erros e acertos, tristezas e alegrias, altos e baixos. Não tenho mais tanta ansiedade aos 39 anos (Obrigado pela carinha de 20, mas pareço ter 35...? Talvez). Profissionalmente, quero ter boas idéias e produzir cultura de qualidade. Pensar meus próprios projetos e participar de tantos outros que me instiguem. O que mais gosto no meu trabalho é a versatilidade e se tiver música envolvida eu já estou 90% a fim de fazer. Preciso de muito pouco pra ser feliz. Amém!


Link do Myspace da Giselle pra quem quiser ouvir suas músicas:
http://www.myspace.com/giselletigre

(Por Priscila Toller publicado em 02/08/2011)

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